04 - World Trade Center
Fazendo círculos, retomando os círculos, encontrando voltas, distribuindo o não preciso.
O próximo não é o último, o final não é diferente do primeiro.
Que objeto curioso. Muito peculiar, o que de tão simples o torna complexo?
Um carrosel de crianças leucemicas, simplesmente mais nada interessante para estar na colina, assim que Isabele deixou seu fadado refúgio.
O ambiente á sua volta é nada mais que uma divertida estrada
o chão úmido pode ser sentido na sola dos pés mesmo que se use calçados.
Mesmo que sejam
disfarçados, meus passos.
Há pedras brancas marcando os limites da pequena estrada de terra batida,
não alinhadas ou organizadas, como se isto importasse tanto.
Uma estrada como um pequeno fluir de um rio, em um vale.
Pois de ambos os lados se elevavam timidas colinas.
As crianças do carrosel ao seu lado direito mal pareciam se importar com a
princesa, talvez nem a notassem, não viram os olhos da princesa.
Ela parou um momento, e percebeu que elas tinham rostos envelhecidos.
- São os adultos, estas crianças leucemicas.
O Cancer se multiplica em seu sangue, simplesmente um sangue triste
daqueles que dão voltas e voltas em si mesmos,
e pouco se importam com o mundo ao seu redor.
As crianças, vestiam ternos sociais muito sóbrios e orgulhosos
seus olhares não enxergam nada além de números,
agradar o sonho da mamãe de se divertir com vidas.
Neste momento, Isabelle reconheceu o perigo de encarar demais o carrousel,
e exatamente fez o que fez:
Felizmente, brincando e dançando, se aproximou do carrousel.
- Que belos e lindos ternos vocês usam, oh bebês oh bebês.
- Eles são enfeitados com os bolsos arriados de doláres, euros, e as exatas notas válidas em altas cotações. Me dêem uma esmolinha, por favor?
As notas penduradas nos bolsos, caiam no piso do carrousel,
e no entanto apenas se multiplicavam.
De nove notas, eles inseriam uma nota dentro de pessoas em
lugares estratégicos, através de sua boca.
Apertavam o cinto delas, e elas em transe hipnótico giravam a manivela
que movia o carrousel, nada demais, nada que não se deve repetir. E preciso é se repetir.
As crianças leucemicas continuavam fascinadas,
em seus óculos escuros a cavalgar em seus cavalos exóticos,
pois eram prédios modernos, e ver a vida passar.
Isabelle achou divertido, e encostou um dedo em um dos cavalos
Assim que encostou,
pequenas câmeras flutuantes se aproximaram dela em um círculo ao redor da princesa,
doze são estes periquitos em gaiolas. Seus rostos são máscaras de combate,
com suas expressões terríveis e assustadoras.
Claramente, nada que poderia deixar nossa pequena princesa menos entediada,
de fato, era ridículamente divertido.
- Vocês, venham, sirvam á mim. Eu sei que vocês preferem ganhar mais notas.Eu darei o triplo que vocês recebem para movimentar seus circuitos.
As câmeras mudaram seus rostos para semblantes devassos com sorrisos irônicos.
- Para começar, subjulguem-se á mim e façam minha vontade.
- Quero que retirem de seu mestre, as máquinas que movimentam seu cavalo.- ordenou Isabelle, sorrindo com as mãos na cintura.
As cãmeras iniciaram uma revolta,
as máquinas do mestre se uniram como fazem filhotes se protegendo do frio.
Era possível reconhecer entre dados e bits, olhos que brilhavam com vida.
Isto sim agradava Isabelle, ela sabia que tais olhos tinham gosto de geléia de morango,
nada mais divertido! Isabelle levantou os braços em expressão leve e divertida de felicidade, mesmo que os olhos dessa princesa sejam assustadoramente sérios e indiferentes como por sorteio.
O Cavalo da pequena criança leucemica havia parado.
Ela desceu do carrousel e não suportava o chão firme quando tocou seus pés nele.
Demonstrou uma atitude atrás da outra.
Absoluta certeza de não pertencer,
e seus olhos rodaram em sua órbita para dentro de sua cabeça.
Com estes globos oculares reversos, era fácil perceber como um monitor de televisão,
o que acontecia com a criança.
Jornais brochavam das tímidas flores financeiras na grama da colina, falando sobre teu mestre,
Ele escolheu um cobertor sujo,
se cobriu e abriu seu frasco de remédios,
e os tomava para curar a dor de seus ossos frágeis.
Não sofriam do peito, seu toráx tinha uma etiqueta presa ao coração.
"Custa dinheiro"
simplesmente assim.
Isabelle achou curiosa a etiqueta, e teve vontade de desenhar um rosto boboca,
mas lhe faltava canetinha no momento, ela expressou um bico com os lábios.
- Srta., Srta.!
- Não me resta nada, me dê alguns trocados,
- já fora outrora um grande empresário,
- e minhas qualidades podem lhe servir se me deres oportunidade.
Isabelle sorriu, neste momento Vik e Fran
(devo ter citado, das aranhas que vivem no cabelo de nossa princesa, os tornando belos) conspiraram.
As então máquinas orgânicas desta pequena criança decaída sorriram
e pisaram emcima da pequena criança leucemica, e arrancavam fios de cabelo dela,
ralos pela idade. As câmeras pouco se importaram e continuaram se divertindo,
conversando entre si.
- Pequenino, caminhe e durma nas ruas para se expor aos sábios da montanha,
- busque a cura do sangue teu que estás turvo. Faça-o. No entanto, as montanhas são
feitas de divertidas pessoas que irão rir de tua cara.
"oh, o que faço, o que posso fazer? Sou apenas uma criança que toma remédios,
que recrimina remédios, que odeia a todos, pois me deixam sozinho no carrousel.
Eu fiz o que minha maldosa mãe me disse,
e me tornei doutor de coisas que não me explicam o motivo de pessoas abraçarem árvores...
eu acho elas muito bobocas.
O carrousel é o único meio correto de vida!"
a criança parecia mesmo chateada,
mas não era serviço da nossa princesa se preocupar com tão pouco,
ela estava apenas passeando nesta fuga do castelo.
São pessoas de corações brilhantes estas pequenas máquinas
que não funcionam para girar a manivela,
simplesmente recebem as notas de sorriso que apenas
alimentam sua fome e vestem seus corpos
Não entendo como gostam de se prostituir estas outras máquinas.
Não entendo como é fácil odiá-las e pensar que são vítimas da fatalidade.
É divertido escolher dar pimenta ou doce para os que estão na correnteza do rio.
O mais divertido é ver que aqueles que nadam ao contrário da correnteza,
seguem seu fluxo da maneira que desejarem,
os que são arrastados por ela apenas recolhem amarguras que lhe dão sorrisos vazios.
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